quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

EDUCAÇÃO VISUAL E TECNOLÓGICA

Carta a enviar  às direções:

Ex.mo Sr Diretor:

do Agrupamento de Escolas d........



Em defesa da manutenção da Educação Visual e Tecnológica

A disciplina de Educação Visual e Tecnológica é essencial, estruturante e nuclear nas aprendizagens dos alunos. Defendemos a sua manutenção no currículo.

A proposta de revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário apresentada a 12/12/2011 pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) e que está em discussão pública, configura a eliminação da disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT) no elenco curricular do 2º CEB propondo a sua substituição pelas áreas curriculares de Educação Visual (EV) e Educação Tecnológica (ET)/Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). O grupo disciplinar de Educação Visual e Tecnológica insurge-se contra esta proposta, apresentando os seguintes motivos:

1. Na proposta do MEC enfatiza-se a posição de defesa da “redução da dispersão curricular”. Ora, para este grupo disciplinar, é claro que a eliminação da disciplina de EVT e a criação de duas novas disciplinas (EV e ET) juntando-se uma outra área (TIC) apenas aumenta a dispersão curricular;

2. Há um claro desinvestimento nas áreas de formação artística e tecnológica sabendo-se que ao longo dos últimos 30 anos a carga horária destas áreas curriculares tem diminuído drasticamente ao ponto de ser agora uma proposta que “mata” qualquer desenvolvimento sustentado destes saberes nos nossos jovens;

3. Não são apresentados quaisquer estudos realizados no nosso país, ou mesmo fundamentações que sustentem a proposta de eliminação da disciplina de EVT do currículo e a vantagem da sua substituição por duas novas áreas;

4. Esta proposta configura um desmembramento de uma disciplina de sucesso nas escolas, integradora dos saberes e que articula o saber e o saber fazer, tornando as aprendizagens dos alunos significativas e ignorando a importância desta área curricular na escola, da sua ligação à comunidade educativa e do caráter inovador que a mesma apresenta para os alunos;





5. Ignora-se a formação de docentes nesta área curricular, o investimento nessa formação e mesmo os trabalhos de investigação académica e científica que nos últimos anos têm sido produzidos nesta área curricular;

6. Ao propor a área de formação ET/TIC com 90 minutos semanais, sem que se perceba bem como serão distribuídas as cargas horárias, configura-se um cenário de desvalorização destas áreas do currículo porque:- Se estas disciplinas (ET/TIC) forem semestrais, não há paralelo de uma medida destas e das suas repercussões, ignorando o caráter prático e experimental da ET. Crianças de 9, 10 ou 11 anos com disciplinas semestrais (que na prática funcionam apenas em 4 meses)?- Saberão que esta medida pode implicar que os alunos possam estar 1 ano (12 meses) sem abordarem conteúdos e explorarem conceitos/práticas fundamentais desta área curricular (ET)?- Que a considerar apenas 45 minutos semanais, durante todo o ano letivo, para a disciplina de ET isso configura o claro e cabal desinvestimento desta área curricular colocando-a ao nível daquilo que só tem paralelo no currículo com a disciplina de Religião e Moral (EMRC) que tem esses 45 minutos semanais e nem é obrigatória? - Saberá quem elaborou a proposta que os conceitos fundamentais e os próprios conteúdos da ET em nada são semelhantes com as TIC?

7. Poderá esta proposta ignorar a mais-valia desta área no currículo e aquilo que permite no desenvolvimento global e integral dos alunos?

Defendemos a manutenção da disciplina de EVT no currículo, pelas suas virtudes, pelo seu caráter inovador/integrador de aprendizagens e no sucesso das mesmas junto dos alunos, escola e comunidade educativa.





O Grupo Disciplinar de Educação Visual e Tecnológica

............., 11 de janeiro de 2012

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