quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

EDUCAÇÃO : APRENDER A CONHECER -- APRENDER A FAZER -

Criado por: APEVT, 2012-01-10 às 16:00




Tema: Educação



Porque a disciplina de Educação Visual e Tecnológica é essencial, estruturante e nuclear nas aprendizagens dos alunos, defendemos a sua manutenção no currículo.



A proposta de revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário apresentada a 12/12/2011 pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) e que está em discussão pública, configura a eliminação da disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT) no elenco curricular do 2º CEB propondo a sua substituição pelas áreas curriculares de Educação Visual (EV) e Educação Tecnológica (ET)/Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). Este movimento insurge-se contra esta proposta, apresentando à sociedade os seguintes motivos: 1. Na proposta do MEC enfatiza-se a posição de defesa da “redução da dispersão curricular”. Ora, para este movimento, é claro que a eliminação da disciplina de EVT e a criação de duas novas disciplinas (EV e ET), juntando-se uma outra área (TIC) apenas aumenta a dispersão curricular; 2. Há um claro desinvestimento nas áreas de formação artística e tecnológica sabendo-se que ao longo dos últimos 30 anos a carga horária destas áreas curriculares tem diminuído drasticamente ao ponto de ser agora uma proposta que “mata” qualquer desenvolvimento sustentado destes saberes nos nossos jovens; 3. Não são apresentados quaisquer estudos realizados no nosso país, ou mesmo fundamentações que sustentem a proposta de eliminação da disciplina de EVT do currículo e a vantagem da sua substituição por duas novas áreas; 4. Esta proposta configura um desmembramento de uma disciplina de sucesso nas escolas, integradora dos saberes e que articulo o saber e o saber fazer, tornando as aprendizagens dos alunos significativas e ignorando a importância desta área curricular na escola, da sua ligação à comunidade educativa e do caráter inovador que a mesma apresenta para os alunos; 5. Ignora-se a formação de docentes nesta área curricular, o investimento nessa formação e mesmo os trabalhos de investigação académica e científica que nos últimos anos têm sido produzidos nesta área curricular; 6. Ao propor a área de formação ET/TIC com 90 minutos semanais, sem que se perceba bem como serão distribuídas as cargas horárias, configura-se um cenário de desvalorização destas áreas do currículo porque: - Se estas disciplinas (ET/TIC) forem semestrais, não há paralelo de uma medida destas e das suas repercussões, ignorando o caráter prático e experimental da ET. Crianças de 9, 10 ou 11 anos com disciplinas semestrais (que na prática funcionam apenas em 4 meses)? - Saberão que esta medida pode implicar que os alunos possam estar 1 ano (12 meses) sem abordarem conteúdos e explorarem conceitos/práticas fundamentais desta área curricular (ET)? - Que a considerar apenas 45 minutos semanais, durante todo o ano letivo, para a disciplina de ET isso configura o claro e cabal desinvestimento desta área curricular colocando-a ao nível daquilo que só tem paralelo no currículo com a disciplina de Religião e Moral (EMRC) que tem esses 45 minutos semanais e nem é obrigatória? - Saberá quem elaborou a proposta que os conceitos fundamentais e os próprios conteúdos da ET em nada são semelhantes com as TIC? 7. Poderá esta proposta ignorar a mais-valia desta área no currículo e aquilo que permite no desenvolvimento global e integral dos alunos? Estes são alguns dos princípios que sustentam este movimento. Defendemos a manutenção da disciplina de EVT no currículo. Pelas suas virtudes, pelo seu caráter inovador/integrador de aprendizagens, no sucesso das mesmas junto dos alunos, escolas e comunidade educativa, da sua força e daquilo que projeta na formação integral dos alunos. A defesa pela manutenção da disciplina de EVT sustenta-se ainda na obrigação educativa e organizativa da docência da mesma ser realizada em par pedagógico pelas suas características, pela sua diversidade e caráter prático e diferenciador das restantes e porque não pode ser ignorado este princípio na formação de qualidade a ministrar a todos os alunos, como princípio de uma educação integral, de qualidade e com enfoque naquilo que são princípios orientadores de uma sociedade inovadora.

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